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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pausa...

Amores, por motivos pessoais e talvez até de saúde eu não vou postar por algum tempo, como a maioria das pessoas que leem aqui tem meu msn, eu avisarei no nick como avisei com todos os capitulos. Muito obrigada a quem leu, daqui a um tempo (nao sei quanto)  voltarei a postar, Vermelho Escarlate nao acabou ainda. Desculpe parar no climax... :/  

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 17 - O Encontro

Capitulo 17







Cordelia sentiu seus cabelos castanhos ondulados levados pela água densa quando mergulhou. Abriu os olhos, via alguns fleches de luz cortando a água limpa, abaixo tinha algumas pedras de superfície arredondada, ate alguns peixes pequenos. Mas uma coisa a assustou, por de trás de seus ombros, avistou em baixo da água uma sombra reluzente de uma pessoa. Com o susto um pouco de água entrou em seu nariz, o que a fez tentar se apoiar em cima das pedras, mas como suas superfície era redonda acabou por escorregar e não conseguiu manter o equilíbrio. Mas o seu desespero foi interrompido, pela mesma pessoa que ela avia visto alguns segundos atrás.


Antonio ouviu um barulho estranho, e olhou para trás, avistando a garota se afogando, logo a puxou para cima, e a colocou em solo firme, mal sabia o que fazer, quase não se recordava de nada que aprendeu sobre primeiros socorros no hospital onde passou sua vida inteira. Olhou para a garota, tirou seus cabelos de sua face, e a fez iniciou o processo de respiração boca a boca.


Cordelia ainda estava um pouco cociente do que havia acontecido, mas estava prestes a desmaiar, mas antes que o fizesse, Antonio a recuperou.


_ Esta tudo bem? – pergunta o garoto enquanto segura o rosto de Cordelia entre suas mãos molhadas.


Ela olha pra um lado e para o outro, recordando-se do que havia acontecido, e se depara com a imagem de um garoto loiro, de olhos hipnotizantes, seus olhos se arregalaram e ela levantou rápido, batendo a cabeça na de Antonio, olhou para as mãos do garoto que a salvou e notou que em seus pulsos, havia uma estranha tatuagem em cada um havia uma cruz rodeada por uma corrente, e com um cadeado a fechando no centro.


_ Aiai!! – gritou a garota acariciando a própria testa com as duas mãos.


_ É doeu... – Antonio rio distraindo-se por um segundo e esquecendo de tudo o que havia acontecido. – mas você esta bem? Machucou? – não sabia o motivo, mas havia se encantado com a garota.


_ Estou bem... –respondeu a garota, mas logo cortou gritando – AAA! Não me encoste! Não lhe conheço, minha mãe sempre disse para não conversar com quem eu não conheço!


O garoto ri, e responde com um sorriso de canto:


_ e ela não lhe ensinou que não deve se invadir a casa dos outros?


Cordelia então nota que o garoto desconhecido na sua frente, estava apenas de roupa intima, vira-se gritando e tampando seus olhos.


_ Vista-se! Não se deve andar assim! Nem em casa!


_ Não fale muito... –sorriu. E tampou seus olhos levemente.


A garota grita ao notar que estava com roupa de dormir branca, que ao entrar em contato com a água ficou transparente, mas nada de tão vulgar, ela se esconde entre os próprios braços.


_ Não, não olhe! Pervertido...! – a garota começa a adquirir um tom avermelhado em sua face azeitonada.


_ Estou tampando os meus olhos, não vê? Bom, quando eu não for mais desconhecido, poderei lhe ajudar emprestando-lhe algumas roupas.


_ Não! Pervertido!


_ Tem certeza? – rio ainda tampando os olhos.


_ Absoluta certeza!


_ Ok então, vou indo. A saída é por ali. –apontou para seu lado esquerdo, virou-se de costas e foi andando.


A garota esperou alguns passos, olhou para os lados, envergonhada, e começou a segui-lo. Ele reparou, riu e voltou-se para o lado e falou:


_ Pensei que não falava com desconhecidos... – e logo avistou uma coisa que relembrou o motivo de tudo. Que o fez voltar a realidade, suas roupas sujas de sangue. Ficou pasmo, mas tentou disfarçar.


_ Eu não falo. – a garota respondeu e uma longa pausa aconteceu, enquanto os dois subiam as escadas ate a casa.


Antonio pensava em uma solução para tudo aquilo, sabia que se Eliot a visse, mataria-a, se é que ele já não a havia visto. Ele ainda não sabia ainda como funcionava o pacto, tinha muitas duvidas ainda não esclarecidas.


Não importava agora, ele tinha de tirá-la rápido dali, protegê-la, por algum motivo. Suas mãos começaram a tremer, e a garota notou a diferença.


_ Er... ta tudo bem? – perguntou a garota.


_ Não deve se preocupar com desconhecidos, eles são só desconhecidos. – respondeu tremendo e tentando evitar olhares.


_ Como se conhece uma pessoa? – pergunta a garota ainda o seguindo mais devagar agora.


_ Como se conhece uma pessoa? Sabendo o nome talvez...- a pergunta o atingiu, sabia que as únicas pessoas que conhecia era da família, e do hospício do qual ficou toda sua vida, ele não se lembrava de como era conhecer uma pessoa.


_ Qual seu nome? – perguntou a garota tímida.


_ Meu nome? Er... Antonio. – ele responde, ainda pensando em que fazer com a garota.


_ Não vai perguntar meu nome? Isso é falta de respeito com uma dama. É Cordélia.


E novamente o silencio se prolongou ate que chegaram em frente a casa de Antonio, uma casa branca com dois pilares em frente, alguns degraus, uma janela enorme com uma cortina manchada de amarelo, muitas arvores mal cuidadas, totalmente empoeirada.


Antonio abriu a porta, e a deixou aberta, caso a garota precise correr. Ele não sabia o resultado daquilo que estava fazendo, só queria sua irmã perto, porem, para tê-la era necessário alguém morrer, e ele não queria isso.


Levou-a ate o seu quarto, deu-lhe as menores trocas de roupa, e colocou o pijama da garota para secar. Ainda pensando na possibilidade de Eliot a matar.


Agora ela estava sentada no sofá da sala, esperando Antonio que havia descido para “resolver algumas coisas” e logo voltaria. Ele deu um jeito em sua roupa velha, a jogando perto do cadáver de marta.


E quando voltou, a garota estava deitada no sofá, dormindo.


Antonio então sobe ate seu quarto, abre a porta e se tranca lá dentro.


_ Eliot! Responda! – grita para si mesmo, tremendo e pálido.


Por alguns minutos não teve resposta alguma, quando uma sensação que já havia conhecido, o tomou de novo. Antonio caiu no chão no mesmo instante, desligou-se do mundo, dormiu.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 16 - O Gosto da Primeira Morte

Capitulo 16



Obvio que nem Eliot, nem Antonio, notaram a presença da garota entre os arbustos, ela já estava desmaiada a cerca de 4 horas quando “eles” passaram por ali.



Cordelia acorda entre galhos, folhas roxas a cercavam, se sentia vazia, e com medo da morte de sua mãe, e do “reflexo do demônio” que havia visto na noite passada.

Como estava vazia, não sabia o que pensar. Seu estomago doía de fome, sua boca estava seca de sede. Água era o que ela precisava naquele momento. Ate a água mais suja beberia, pois pior que passar fome, é ter sede.

Mas não se desesperava, pois não havia motivo algum para isso, tinha suas pernas e seus braços, mas não era motivo suficiente para ser feliz. Algo a faltava, e ela realmente queria que alguém o completasse para esquecer dos fantasmas, talvez de suas lembranças ruins e de suas ignorâncias.

Ouviu um leve barulho de água, folhas caindo, pássaros cantando, pois aquele lugar era muito silencioso, ela conseguia ouvir ate sua própria respiração. Então tentou seguir os sons de água. Foi andando para o lado direito, seguindo a trilha que era um pouco falhada.

Sentia um leve calor, decidiu tirar seu sobretudo marrom, revelando assim uma camisola branca de mangas compridas, com elásticos nas mangas e em baixo do busto, cheio de babados e laços parecia feito de um tecido fino e caro, como a seda.

A imagem da besta não a saia da cabeça, tinha medo, mas ao mesmo tempo sentia-se corajosa por não ter se deixado morrer, seria como suicídio. Era esse um dos motivos por ter levantado. Talvez estivesse amadurecendo, mas pensando bem, era tudo uma ilusão.

Talvez porque estava com fome, ou sono, ou ate mesmo sede, era loucura. Mas pensando bem, também não se importava com loucura. A loucura faz das pessoas sonhadores, e sonhar é algo positivo.

Quando notou, andava sem rumo, não seguia mais nenhum som, mas percebeu que estava perto de um lago. Esse lago era cortado por uma pedra enorme, que ali aparentava como uma espécie de cais alto, que dividia uma parte da lago. Tinha cerca de 1 metro e 40 de altura.

Ao olhar a água do belo lago azul, correu ate ela, e apanhou a água com sua mão, e a bebeu. A água daquele lago era estranha, o gosto dela era diferente. Você deve estar pensando que água não tem gosto, mas aquela água, mesmo não tendo paladar, aposto que o sentiria, pois era um gosto denso, semelhante a morte.

Cordelia a bebeu, e logo depois, atirou-se com roupa e tudo dentro dela, seu desejo por qualquer liquido era forte.



Antonio acordou com o corpo dolorido, e ao se levantar, por alguns segundos tudo se escureceu e uma forte dor de cabeça veio em meio a tontura. Apoiou-se no sofá, e empurrou-se para cima, fazendo assim, seu corpo ficar ereto.

Olhou para sua mão, e viu, estava coberta de sangue seco, sua roupa, seu rosto, seus sapatos, estavam banhados de vermelho.

Esfregou seus olhos, tentando imaginar como sempre, uma saída para todo esse desastre. Sabia agora que havia matado alguma pessoa, não lembrava direito quem era, mas de alguma maneira, sentia como se algo o faltasse, como se ao matar uma pessoa, uma parte de sua alma fosse retirada, morta.

Sentiu nojo de si mesmo, de sua roupa, e do vermelho sangue, mal tinha palavras para gritar naquele momento. Não acreditava que foi capaz de fazer isso, matar uma pessoa, mas o fez.

Agora era um assassino, um desprazível, um lixo, um qualquer, pior que qualquer outro, sua alma estava suja e incompleta.

Sem falar nenhuma palavra, desceu os degraus que ligavam sua casa a trilha que levava a o lago Montres. Tirando sua roupa peça por peça ate ficar apenas de roupa intima, chegando ao destino, se jogou dentro das águas, em busca de tentar se purificar. Seu gosto de morte se espalhou pelas águas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 15 - Acasos

Capitulo 15 - Acasos







Eliot pula o portão da casa, com “sua” roupa inundada de sangue, o sorriso em seu rosto era perceptível, era como se ele estivesse perto de sua amada outra vez. O cabelo longo de Elizabeth o fez sentir de novo a sensação de matar Suellen, o jeito de mulher responsável, era isso que ele queria sentir, o amor por Suellen a cada experiência vivida.


Foi em direção ao lago, que lhe era bastante familiar e pela segunda vez, se banhou, naquelas águas. Enterrou as roupas que usava jogando-as na lama, perto de onde o corpo de Marta ainda continuava, e foi para cima, em direção a casa vazia.


Sua alma estava bem disposta, “seu” corpo nem tanto, precisava descansar. Deitou-se no sofá, e rapidamente pegou no sono. Seu espírito saio do corpo de Antonio, que precisa descansar.


Horas antes de Eliot, e Antonio descansarem, Cordelia andava sem rumo, com medo da escuridão da madrugada. Estava em um bosque, com distancia de mais ou menos 8 minutos da cidade. Avistou um portão, enquanto seu estomago roncava de fome, estava cansada e faminta. Olhou para o portão, ele era enorme, cheio de detalhes e algumas plantas se prendiam a ele. A garota tentou abri-lo, mas não conseguiu, estava trancado.


Decidiu então comer alguma coisa da bolsa que Maria preparou para ela. Retirou sua toca, abriu a bolsa e apanhou um lanche de pão e queijo que a senhora havia preparado. Começou a comer, da maneira que havia aprendido, com etiqueta. Mas logo notou, que não havia ninguém ali para tanta cerimônia, enfiou o lanche em sua boca, e comeu com gosto a comida, apanhou a garrafa de água que ela bebeu durante o percurso, tendo assim apenas metade, e a bebeu de uma vez.


Ao terminar de comer o lanche, arruma a bolsa como travesseiro e tenta se enrolar no sobretudo se encolhendo, fechou os olhos, e quando ela estava prestes a dormir, sentiu uma presença estranha, e ouviu um uivo. Achou estranho, pois em sua cidade não havia lobos, e nem imaginava encontrar um ali naquele lugar.


Suas mãos tremeram, e viu ao longe, uma fera correndo em sua direção.


Talvez o tivesse atraído com o cheiro da comida.


Estava assustada, e tremia, talvez nunca tivesse sentido tanto medo em sua vida, e talvez desejasse mesmo morrer naquela hora.


E só então notou... O quanto infantil era, sua vida corria perigo, e ela não se importava, porque deixava o sofrimento em primeiro lugar. Nunca havia parado para conversar com a sua mãe, ou agradecê-la por tudo, tinha medo de nunca ter dito que a amava. E daí se não a tivesse dito? Ela foi e é a mãe de Cordelia e por isso estava ciente de que Cordelia a amava, e estava feliz por tê-la tido como mãe, o pouco tempo que foi. Cordelia já não era apenas uma criança, ela deveria agradecê-la, não se deixar matar tão fácil. A criatura chegava mais perto, ela largou a bolsa, subiu o portão, se atirou para o outro lado, caindo de costas no chão, se arrastou se escondendo atrás de um arbusto de folhas roxas.


Antes de perder a consciência, ela viu um monstro de magreza indefinível, com olhos vermelhos e assas enormes que se abriam ao estraçalhar a bolsa da garota, seus braços eram finos, seu aspecto era de um lobo, seus dentes afiados do qual escorriam sangue. Aquele ser era o reflexo de um demônio.


Seus olhos se fecharam, e ela desmaiou na tentativa de se esconder o Maximo possível da criatura.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 14- A Verdade e o Primeiro Acusado

Capitulo 14 - A Verdade e o Primeiro Acusado




A maior parte da cidade ainda não sabia sobre o assassinato, porem notavam que algo estranho acontecia. Mas ninguém se importava, eles tinham sua vida, tinham de ir ao seu trabalho, e as crianças tinham de brincar em frente sua casa ate o entardecer.


Essa é a rotina da cidade, e é complicado aceitar que uma cidade assim mude por culpa de um assassino, por isso, a policia tentava deixar o mais escondido possível essa historia.


Na casa dos Hallen, Elizabeth não havia voltado do trabalho... Logo, Maria, a domestica, suspeitou, Elizabeth era pontual, e sempre estava na hora em todos seus compromissos. Era mulher certa e dedicada, que apenas tinha sua filha Cordelia em mente. Algum tempo depois Maria percebeu que ela não voltaria mais ali.


O que fez foi procurar a policia, e soube nisso que havia acontecido um assassinato. Ouviu dois policiais comentando sobre o assunto, e que era informação secreta...


Porem, ela sabia que havia uma pessoa que tinha de saber: Cordelia, mas não queria contar a ela, e vê-la chorar...


Chegou na casa dos Hallen, onde viveu como empregada, como sua mãe e sua avo foram, deixou seu chapéu e seu casaco no cabideiro. Olhou para os lados, limpou as lagrimas, e avistou entre os dedos a foto de Carmen Hallen.


Carmen era arrogante, vestia apenas roupas caras, usava produtos caros, e por isso, mal tinha dinheiro para sustentar seus filhos Jhonatan e George, ou seja, ela vivia em eterna miséria e luxuria.


Não demorou muito para algum guarda aparecer na casa dos Hallen, e perguntar sobre o boletim de ocorrência do desaparecimento de Elizabeth Hallen, que Maria fez mais cedo.


A senhora não conteve suas lagrimas.


Enquanto isso Cordelia escrevia mais um de seus sonhos, em seu caderno, mas ao mesmo tempo, sentia um vazio enorme, como se tivessem tirado algo de seu corpo, ou pior... de sua alma.


No andar de baixo, marta conversava com os policiais sobre o boletim de ocorrência. Não podia negar, que o fez, pois Elizabeth realmente não voltou para casa, e não poderia dizer que o fez, porque Cordelia seria levada para Carmen, que obviamente se aproveitaria da herança de Cordelia, ou pior, se aproveitaria de Cordelia.


_temos de levá-la senhora, amanha cedo voltaremos para apanhá-la e levá-la para morar com a senhorita Hallen.- diz um dos policiais admirando um dos vasos em cima do criado mudo da sala.


_ Não... Vocês não podem! Não para junto desta cobra!- grita Maria aos brandos, agarrando o uniforme do outro policial.


_ Me solte velha doida! –grita o policial a ela- o que vai fazer? Essas são as regras! É assim que as coisas são! – falou empurrando-a um pouco para trás.


E então, como Elizabeth era a única pessoa sumida da cidade inteira, decidiram-na por como morta, e esconder os fatos verídicos do resto da cidade.


Maria apunhalou um cigarro, colocando-o na boca e em seguida ascendendo-o com um isqueiro, tentando tomar coragem para falar com a pobre criança, escolhendo as palavras cuidadosamente.


_Maria, você está bem? – Cordelia aparece atrás dando-lhe um abraço – Você esta fumando... Isso não é muito comum de sua parte. Cadê minha mãe?


_Querida, aconteceu algo… - falou a domestica enquanto secava suas lagrimas com um pedaço de pano.


_ O que? É muito serio? Quer conversar?


_ sinceramente não quero falar-lhe, mas necessito de minha alma fazer isso, filha... – Maria passa as mãos em seus olhos vermelhos de lagrimas, abraça a garota e diz em seu ouvido – Vá embora Cordelia! Fuja em quanto da tempo! – depois de um abraço forte, largo-a e sentiu como se fosse uma mãe que acabara de dar assas a seu filho.


_ Mas, porque Maria?! – diz a garota confusa com suas mãos encolhidas em frente aos seus seios de adolescente. – E minha mãe?


_ Cordelia, ela não ira mais voltar! Eles querem levar você! Fuja filha, enquanto há tempo!


Cordelia se virou lentamente, e então correu para seu quarto, juntou seus objetos mais importantes como seu caderno, sua pena, um tinteiro, algumas peças de roupas simples e leves, e um lençol, algumas notas que achou em uma caixinha de sua mãe, e um colar de ouro puro que tinha ganhado de presente de sua mãe.


Apanhou um sobretudo marrom escuro, o colocou e foi em direção a porta da frente.


_Filha! –gritou Maria – Vá com deus querida, que ele te abençoe muito, e ouça minhas preces. – foi ate ela e lhe entregou uma caixinha cheia de comida, e com algumas ervas medicinais. – Leve isso filha, pode-lhe ser útil.- abraçou-a pela ultima vez, e lhe beijou a bochecha- tome cuidado...


_ tomarei... Obrigada Maria... – virou-se confusa e correu sem rumo, tentando entender o que havia acontecido. Cordelia confiava em Maria o suficiente para fazer isto por ela.


No outro dia de manha, Maria disse aos policiais que Cordelia havia fugido de casa na noite passada, e que não sabia onde ela estava, por isso, Maria foi indicada como uma das assassinas de Elizabeth Hallen.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 13 - Caso 777

Capitulo 13

“Caso setecentos e setenta e sete, dia 20 de junho, 8:30 da manha” – rasurava o estudante de medicina Afonse em uma de suas folhas de anotações. Ele estava acompanhando Isis Scarllete, uma detetive que foi indicada a esclarecer o caso. “corpo feminino, cabelos castanhos escuros encontrados espalhados pelo açougue.” É interrompido por Isis.
_Afonse, olhe. – aponta para um dos ossos jogados no chão. Ela fica pasma – Afonse... Olhe essas marcas... O que será que as fez? Fotografe agora mesmo.
_ Poderia ser um cachorro faminto senhorita... Talvez ele estivesse passando e... – Afonse é interrompido no meio das palavras.
_ Não foi um cachorro qualquer Afonse, a porta estava fechada, e cachorro não tem forca para deixar tamanho estrago. Observe as marcas verticais nos ossos, cachorros qualquer só conseguiriam fazer alguns buracos, e deixariam carne, pelo menos alguns pedaços, um cachorro não pode comer tanto assim...
_ E se fosse um bando de cachorros? – falou continuando a anotar em seu caderno.
_ Um bando de cachorros, deixariam pelos, fezes, e tudo bagunçado. E mesmo que fosse um bando de cachorros, não conseguiriam comer toda a carne de um açougue...- Isis se ajoelha e tenta procurar alguma coisa que a desse alguma pista.
_ Então o assassino calculou a hora, e assaltou, porem, alguém o viu então ele assassinou?
_É a solução mais obvia, porem ainda há muitos erros. Ou seja, não podemos chegar a nenhuma conclusão. Esperemos mais algumas provas. Faca me um favor?  Procure algum crime parecido com isso em algum jornal. – ela se levanta.
_ Crime?  Em qualquer outra cidade? –continua anotando, e apenas da uma pausa para arrumar o óculos.
_ Sim, qualquer crime, entendeu?
O jovem garoto ruivo deixa o lugar, passa por debaixo das fitas de isolação, e atropesando segue ate uma carruagem.
_ O que vai fazer com o garoto Detetive Scarlette? –Pergunta Albert Gouvêa, seu assistente.
_ Ele pode me ser útil. – respondeu a mulher.
_ Obvio. Seu forte nunca foi autopsia e aquele garoto é quase um gênio, um gênio bem desastrado mas... um gênio. – respondeu o policial rindo de lado da sua piada.
_ Não achei graça Albert. Esta insinuando que sou burra? – para em meio a conversa, e olha de uma maneira decidida e forte.
_ Não Isis. Estou dizendo que o garoto é inteligente, e esse caso difícil, qualquer ajuda é necessária não é? Já que o Doutor Willian morreu...
_Não cite esse nome aqui. – Isis se vira, e vai em direção a fita de isolamento, enquanto Albert observa-a de longe. Logo para, e volta o olhar ao assistente de novo – Pesquise sobre as marcas nos ossos. – e vai embora.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 12 - A Primeira Vista do Reflexo do Demônio

capitulo 12

Uma criatura se alimentava em meio a pedaços de carne. Seus olhos vermelhos olhavam a presa morta, e mastigava os restos mortais. De sua boca escorria o sangue da carne fresca. Metade lobo, metade passaro, com feições humanas. Aquele era Ferur, filho das águas do Rio Ván*, Ferur era um demônio de olhos vermelhos, meio demônio, meio anjo.
Em seu pescoço havia Gleipnir*, um grilhão macio como a seda. Suas presas afiadas, seu rosto e corpo coberto por pelos grossos, e uma asa da qual escondia sua magreza de fome, enrrolando-se no seu corpo. De sua boca saia duas línguas que sentiam o gosto da vitima e a devorava sem remorso. Sem emoções, uma criatura.  Seu nome?  Ferur.






* Gleipnir: Um grilhão macio como a seda forjado pelos anões a pedido de Odin, para prender Fenrir até a chegada do Ragnarök.Foi forjado com ingredientes muito especiais:o som do passo de um gato; uma barba de mulher; as raízes de uma montanha; os tendões de um urso; a respiração de um peixe e a saliva de um pássaro. (mitologia nórdica). De Wikipédia.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 11- A Primeira

Capitulo 11  - A Primeira


Seus olhos refletiam a dor e a angustia de ter morrido, mas lembravam cada instante em que a matou. Isso o deixava confuso, e talvez por isso estava exitado. Depois de assassinar a própria esposa, e ser punido por isso, conhecia todas emoções  do mundo, e aquela que sentiu ao matá-la era um pouco mais especial, diferente.
Agora escondia-se entre as sombras, tentando não ser notado, e esperando a hora certa de atacar.
Observou enquanto a garota saia de seu emprego como pianista, virava a rua, e ele a seguia com os olhos e se escondia atrás das sombras.  A garota notou, apressou os passos, mas era tarde, Eliot a agarrou com os braços tampando sua boca com força e a imobilizando. Com uma pancada na cabeça, a fez desmaiar.
A garota abriu os olhos, sentiu como se algo a imobilizasse, logo por instinto, tentou gritar, mas ao invés de palavras, sangue saia pela sua boca, alguém havia arrancado sua língua. Olhou em volta e viu pedaços de animais e restos humanos. Mas no meio daquela situação sombria algo se destacava... Um garoto, com aparência de cerca de 17 anos de idade, olhos verdes e cabelos loiros vibrantes com uma faca em sua mão direita. 
O sangue que escorria entre seus lábios era denso e a sufocava, fazendo a cuspi-lo. E ao tentar limpa-lo, notou seus braços presos por uma corda, amarrados perto a seus pés. Percebeu também a falta de alguns dedos e diversos cortes espalhados por seu corpo. Mal imaginaria que alguns de seus órgãos foram retirados, um de seus olhos, dentes... E quando notou, estava para morrer.
_ Elizabeth Hallen? – sorria graciosamente o rapaz agindo naturalmente – Obrigado.
O garoto vai até a vitima e com um ultimo golpe a decapitou.
Por alguns instantes ela ainda tinha um pouco de consciência, mas já não sentia nada, pensava apenas em sua filha...


terça-feira, 27 de abril de 2010

Agradecimentos e outros.

Oi gente... Primeiramente queria agradecer a vocês que lêem minha historia e me pedem para estar sempre postando, pois é do apoio de vocês que nasce minha historia e meus personagens. Obrigada mesmo !!


  Queria pedir um favor para vocês... Por favor  não fiquem copiando conteúdo do blog, é complicado isso :)  Obrigada, e desculpa qualquer coisa
sugestões e duvidas é só me falar Okay?  estou no msn sempre online para isso, caso você ainda não me tenha add:  marrieh_@hotmail.com




Obrigada amores <3  São vocês que fazem minha inspiração *-*
Boa noite 

Vermelho Escarlate Capitulo 10 - Relembrando

Capitulo 10- Relembrando


Eliot era um rapaz comum, mas não como todos os outros, Eliot era perfeito.
Era inteligente, intelectual, romântico, bonito, engraçado, misterioso, agia exatamente na hora certa. Seus olhos exalavam segurança, suas vestes, sempre bem arrumadas. Qualquer mulher logo se apaixonaria, mas nenhuma era capaz de fazê-lo se apaixonar. Mas, tudo que é impossível para uns, pode realmente se realizar para o mesmo. Mas não criem esperanças.
Certo dia, enquanto Eliot estudava para sua prova na universidade de medicina, em uma clareira escondida um pouco ao norte da cidade, um forte som vem do lago, um som como se alguma coisa caísse dentro da água, algo pesado.
Jogou os cadernos para o lado, e vou ver o que caio dentro da água, talvez um pedaço de tronco. Procurou com os olhos, e avistou por de trás de uma arvore, dentro do lago que provavelmente mais ninguém conhecia, uma dama atirada dentro da água.
Eliot se desesperou, pulou dentro da água, mal lhe vinha na cabeça a Idéia de que uma pessoa morreria na sua frente, e que ele, um aluno de medicina nada poderia fazer. Não, ele poderia fazer algo sim, e fez. Retirou o corpo da garota da água, levou até a beira, e fez respiração boca a boca.
 A garota logo acorda, após cuspir um pouco de água:
_ Por que me salvou, idiota?! – e empurra Eliot com suas mãos delicadas, e depois o fita levemente com olhar envergonhado.
_ Não deveria? – Eliot perguntou, tentando ser calmo- O que estava...- as palavras desapareceram, quando seu olhar encontrou com o dela.
Uma garota jovem de cabelos castanhos claros, um pouco depressiva, com diversas tentativas de suicídio nas costas, não era bonita tão pouco feia, era uma típica garota comum, mas para Eliot, ela era tudo. O tempo passou, e Eliot se prendeu a ela.Ela fazia o papel da amiga, da amante, da prostituta, da esposa e da mãe. Ele a amava de todas as maneiras possíveis, a idéia de que um dia poderia perder-la era inaceitável. 
A maior parte do dia, Eliot tirava para apreciar a beleza de sua amada Suellen Montres. Agora já formado em medicina, tinha bastante tempo livre, já que era o melhor médico da cidade, talvez do país. Eliot tinha dinheiro e felicidade, e agora, não tinha mais nenhum objetivo. Suellen estava grávida de alguns meses, em breve sua vida seria concretizada. Talvez;
Quando alguém consegue tudo o que quer, qual seria o seu motivo de viver? O de Eliot era sua esposa. Quando você ama de mais uma pessoa, você faz coisas que não quer fazer... Quase involuntárias, mas você tem que o fazer, pois, você a ama e não quer esta pessoa longe de você, ou com outra pessoa. Essa pessoa que você ama, passa a ser sua.
Pouco tempo depois, Eliot a prendeu em casa, e lhe dava todos as coisas que o dinheiro podia comprar, e todo o amor obsessivo e possessivo que se imaginaria. Suellen porem, não gostava desse método de vida, mal podia abrir as janelas de casa, por medo de Eliot, o amor para ela era uma coisa fatal naquele momento.  Alguns meses se passavam, Suellen estava doente, mal se alimentava, e sua barriga já estava adquirindo formato. Eliot tentava de todos os métodos descobrir a doença da esposa, mas não conseguia.
Suellen pouco tempo depois perdeu a fala. Todo o amor que tinha por Eliot, se transformou em medo de sua obsessão, não queria chateá-lo, pois sabia que ele nunca encostaria um dedo nela, entendia que ele fazia isso por amor, e por isso ainda o amava, mas aquele já era o limite.
Seu corpo rejeitou a vida que logo iria nascer. Suellen praticamente morreu naquele momento em que via sangue escorrendo entre suas pernas, e quase que por um segundo não voltou a respirar, mas Eliot estava sempre ao seu lado e também sofreu por ver seu filho morrer.
Suellen enlouqueceu. Já não se arrumava ao acordar, ficava sentada em sua cama abraçada em suas pernas sacudindo-se para frente e para trás. Não ia ao banheiro, não comia e recusava qualquer tipo de afeição de Eliot.
Eliot que já percebia que algo de errado acontecia, olhou para o rosto de sua amada certo dia, e não a reconheceu. Os cabelos que tão bem cuidados eram agora bagunçados escondiam a face que antes era perfeita e que agora, de tão desesperada e inquieta, não poderia ser comparada com outra expressão a não ser louca. Suas mãos tremiam, e afastava Eliot ao chegar perto.
Quando você tem tudo o que te faz feliz, e por um erro seu, todas essas coisas se afastam de você o deixando solitário e triste... Mesmo elas estando perto de você, nada vai fazer você ser feliz novamente. O que te resta é a loucura, os fantasmas que você criou.
Eliot abriu os olhos raivosos, fitou Suellen, que notou a raiva, mas suas pernas não obedeciam, e nem por instinto conseguiu escapar das mãos do homem.
Os dedos do médico percorreram e apertaram seu pescoço fino, buscando vingança pelo amor não retribuído. Brincando com a vida de Suellen, retirando-a pouco a pouco, enquanto ela sentia como se seu pulmão simplesmente parasse de funcionar e seu ar lhe fugisse, sentia o mesmo de quando se leva uma pancada forte na barriga, seus olhos lacrimejam , ela resiste mas é fraca, e todos seus esforços são inúteis.
Quando a corte descobriu o crime do rapaz, tentou o obrigar a pedir desculpa publicamente, mas o homem nenhuma palavra pronunciava.
Mandaram então pendurá-lo em uma estaca de madeira, e retirar cada um de seus membros, o esquartejar lentamente, até que o perdão seja dito.
Um dos executores com um capuz e mangas arregaçadas, segurando tenazes de aço, com cerca de 70 cm de comprimento, atenazou-lhe as batatas da perna direita, uma das tenazes pendeu em sua carne, com um pouco de dificuldade o executor retirou  a lamina de aço, a perna do médico caio na madeira, esparramando sangue pelo palanque, e em muitas pessoas que assistiam ao espetáculo, gritando blasfêmias e alguns por vezes atacavam algumas pedras ou objetos, mas da boca do médico, nenhuma palavra ou grito de rancor, seus olhos fitavam o vazio, como se já estivesse morto apenas respirando.
O sangue continuava jorrando, e nenhuma ação do homem. O outro executor, puxou-lhe a outra perna com outra tenaz de aço, desta vez, saio com mais facilidade, e mais sangue jorrava na platéia, e mais uma vez a sua pena caio no chão.
A camisola que usava, estava banhada de sangue.
A mesma coisa se repetiu com seus braços, e em seguida com seus mamilos... Como se não fosse o bastante, desmembrá-lo, corta-lhe os nervos e retalhar-lhe as juntas, o homem não fechava os olhos, e não falava nada. Sua morte só foi notificada após ser perfurado com estacas de aço pelo resto do corpo.
E mesmo assim, não fechou os olhos ou gritou.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 9 - A primeira Vitima

CAPITULO 9 -    A PRIMEIRA VITIMA.




Eliot a fitava de longe, em fim, havia encontrado a vitima perfeita. Como ele escolhia as vitimas? Simples, ele não escolhia, o destino as trazia. Mulheres ou garotas com um charme puro e inocente, ou com um olhar maduro e sensato, mulheres... Morenas, ruivas, loiras, ele queria mulheres, mulheres com a personalidade de mulher, apenas mulheres.
Eliot era um pouco ignorante, gostava de escolhe as vitimas ele próprio, se Gabriel, o anjo, não soubesse disso, talvez não o tivesse escolhido para ser o Servo de Antonio.
Gabriel era calculista, e realmente sabia tudo o que iria acontecer, e o que não iria.
Agora a primeira vitima já estava na frente de seus olhos, e ele planejava lentamente todo o seu processo, a já tinha uma idéia de como fazê-lo.
Observou o lugar, olhou para os lados, muitas pessoas aglomeradas andando de um lado para o outro, um cheiro de podridão, os vestidos das damas se batiam, um poeta sentado em um banco dizia uma de suas poesias repetidamente, as prostitutas tentavam trabalhar com suas vestes quase impróprias para o dia, o padre que observava as mulheres tentando esconder os seus pensamentos impróprios, uma velha senhora que pedia esmolas, crianças correndo e assaltado pequenas mercadorias. E logo quando o relógio bate, anunciando 9 da noite, todos os mesmo já haviam desaparecido em seus próprios universos.
Agora, apenas alguns mendigos e bêbados estavam na rua, em um barzinho quase que escondido, chamado Gnal’s Bar estava Elizabeth, que tocava uma de suas melodias para os poucos clientes que restavam e alguns empregados do bar.
Eliot apenas esperava cautelosamente do lado de fora, na porta de fundo do bar, esperando que os funcionários saiam, para em fim, encontrar sua vitima.
Aguardava ansiosamente, pensando em relembrar cada passo de como aconteceu...


terça-feira, 20 de abril de 2010

Vermelho Escarlate Capitulo 8- Amanhece



Capitulo  8   - Amanhece


“Ele me perseguia entre as árvores da floresta, era real, intenso. Meu vestido prendeu entre os galhos que empurrava, rasgou-se, e eu continuei correndo contra o vento e os sentidos, apenas sentindo o medo. Parei por impulso, o predador estava na minha frente com seus olhos de cor entre vermelho e verde, sua pele de marfim, e seus cabelos quase brancos...”
Cordélia escrevia seu sonho em seu caderno, não era a primeira vez que via o “predador”, como costumava chamar, em seus sonhos. Já sonhou certa vez que estava presa entre correntes, e ele tentava lhe salvar, mas em todos os finais, acabava matando-a.
_ Não, não gostei desse parágrafo. Talvez deva mudar algo, ou fazer um final, acho que ficou confuso... – resmungava para si mesmo.
Escreveu “Me agarrou entre seus braços novamente, apertava-me, fazendo sentir-me como...”
_Não, não é assim que eu quero... Foi... Real de mais para descrever. – e fecha seu caderno.
Logo após fechá-lo, sua mãe bate na porta do quarto.
_ Cordélia querida, estou indo. – sua voz era tão doce e leve, que como que por um segundo iluminou o quarto, mesmo não estando dentro dele.
_ Tá... – respondeu sem abrir a porta.
_ Te amo querida... 
_ Também te amo mãe.


E no mesmo instante, Antonio, ou melhor dizendo, Eliot se banhava.
Cordélia sentia-se só, mas era por ser mimada e infantil, ela sabia o quão estava errada, mas não sabia exatamente o que é certo.
Suas historias baseada em seus sonhos eram apenas para tirá-la daquela realidade que ela odiava. Deveria ter valorizado sua vida e sua mãe, mas não fez. E por isso ela sofrerá e será feliz.
Quanto tempo será que leva para o cadáver de uma pessoa desaparecer? Estudiosos dizem que cerca de 3 à 5 anos, porem depende muito do caso. Mas, será que mesmo o cadáver desaparecendo ele desaparece de nossas vidas?  Para que servem os fantasmas?




Enquanto Elizabeth Hallen se despedia de sua filha, Eliot se banhava nas águas do Lago Montres. Enquanto Elizabeth abria o portão de sua casa, dirigindo-se à carruagem simples que lhe aguardava, Eliot vestia-se. Enquanto Elizabeth chegava ao centro da cidade, próximo a casa de sua irmã, Eliot havia acabado de pular o portão e andava em qualquer direção, exatamente para o centro da cidade.
Se algo diferente tivesse ocorrido...
Elizabeth observava os vestidos da vitrine de uma loja próxima onde trabalhava... Eliot a observava...
...Você não estaria lendo isso agora.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 7- Eliot o Servo

Capitulo 7- Eliot o servo.



Eliot acordou, apenas abriu os olhos, e demorou ate conseguir mexer-se e se acostumar com o novo corpo. Olhou para seus pulsos primeiramente, viu que o pacto estava completo. Pois nos pulsos de Antonio estava a “tatuagem” deixada no sonho. Uma pequena marca semelhante a uma rosa, e cada pétala da rosa, era como uma seta, uma para frente, outra para o lado esquerdo, outra para o lado direito e outra para cima.
Observou a mão comprida de Antonio e por trás das mãos a calca rasgada e suja, logo ao lado, viu uma janela da qual tinha a visão para o Lago Montres. Desceu e banhou-se nas águas que não sentia dês de muito tempo, quando morreu. Estava com saudade de seus cabelos compridos e castanho claro, sua pele pálida e azeitonada...
Lembrou-se das sensações que não se tinha no inferno, e um pouco se arrependeu de sua experiência de vida, e do que causou sua morte. Mas por sua felicidade, e pela salvação de sua alma, faria com que a alma de outro fosse julgada.
Após seu banho, procurou algumas vestes, foi fácil de encontrá-las, estavam dentro de uma mala no primeiro quarto do corredor.
Vestiu-as, e foi em busca da saída da casa, em uma trilha que havia avistado perto do lago.
Seguiu-a e chegou perto de um portão enorme. Pulou-o por não ter a chave, e seguiu qualquer caminho, afinal, ele só precisa da vitima certa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vermelho escarlate Capitulo 6- Antes da primeira ( Narrado por Antonio)

Levantei-me com bastante agilidade, o que me custou uma tontura passageira. Lembrei-me de meu sonho, e isso me preocupou, pois poderia realmente estar enlouquecendo, passei tanto tempo no hospício que talvez realmente fosse um psicopata, assassino.


Ontem, minha irmã faleceu. Sonhei com ela esta noite, no sonho, eu havia feito um pacto com um anjo para te la de volta. Talvez seja imaturo de minha parte aceitar este sonho como real, é improvável e impossível.


Talvez eu deva ir comer alguma coisa, e é isso que irei fazer. Desci os degraus, e fui em direção à cozinha, mas não tinha nada para se comer lá. Do que será que elas se alimentavam ali? Será que aquela esnobe da Marta não lhe alimentava corretamente?


Queria poder reclamar agora, mas não posso.


Vasculhei os armários, mas não havia nada.


Perdi a fome. Banhei-me e parei na sala pensando no meu sonho “demoníaco”, levantei a cabeça olhando o teto. E assim passei a maior parte do dia. Me lamentando, me culpando e me ferindo.


Pensei nos tais sonhos, e talvez fossem todos realidade... Ou não. Era impossível, um anjo? Nunca fui tão religioso para que um anjo ajudasse-me.


Mas era tão real, droguei-me apenas em pensar como haveria nascido de minha mente um ser de tal perfeição, com sua pele azeitonada, olhos de cor quase indefinida vermelhos ou verdes, asas enormes e cabelos vermelho escarlate. Um sorriso discreto, as vezes com um ar enlouquecido. Mas tal perfeição me fazia teme-lo.


O Servo também não havia saído de sua cabeça ainda, como poderia haver almas perdidas que fazem favores para anjos por nada?


Prometi à mim mesmo, no mesmo momento que internaria-me em um hospício se voltasse a vê-los.


Levantei-me fui em direção ao piano, o relógio indicava 2 da tarde, o tempo havia passado rápido. Ao chegar perto do piano notei, algo me atingiu no mesmo instante em que observei aflito, uma pena vermelha em cima do piano. Aproximei-me mais e mais, apanhei-a.


_ Uma pena? Hehe... Uma pena... Vermelha? – relembrei, e notei, era tudo verdade.E por um instante não vi mais nada.






A pena se diluiu ao cair da mão de Antonio.


Antonio desmaia.






Via tudo embaçado agora, ao olhar no relógio, notei que era 6.37 PM, o tempo passa rápido quando ele não faz mais sentido nenhum. Lembrei-me do que o Servo o recomendou. “... que durma antes das 6.00 PM, pois assim o processo será menos dolorido”.O que será que ele disse com menos dolorido? Pois iria logo descobrir.


Procurei a pena com meus olhos perdidos, mas não a encontrei. Capotei para trás novamente, aquele havia sido um dia perdido. Gasto por minhas loucuras.


6.59 PM


Ao ponteiro do relógio mudar, uma dor invadiu meu corpo acordado, queimando-me frio por dentro, meus olhos arreganharam-se, minhas mãos suavam, era como se, minha alma estivesse sendo retirada de mim. E depois, a dor sumiu, e eu desapareci, como se estivesse dormindo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Vermelho Escarlate Capitulo 5- O Sonho

Capitulo 5 – O Sonho (Parte narrada por Antonio)






Eu estava em uma sala, repleta de espelhos, de todas as formas e tamanhos. E em cada espelho, via alguma de minhas recordações mais dolorosas, tentei as enfrentar com todas as forças, mas ajoelhei-me no chão, com as mãos sobre o rosto, pois ao olhar para frente, vi uma outra pessoa naquela sala. Eu me vi na sala, então percebi que estava dentro de um dos espelhos, talvez vivendo um momento difícil.
O outro eu, me olhava fixamente nos olhos, em pé, resolvi o encarar também, porém, era mais difícil do que eu imaginava. Os olhos da figura a minha frente não eram iguais aos meus, mesmo não tendo certeza de como meus olhos estavam agora, creio que não estariam vermelhos como o da figura à minha frente. Não era fácil olhar para aqueles olhos raivosos, mas eu tentei.
Ele estava vestido da mesma maneira que eu, uma espécie de manto preto, um pouco rasgado nas mangas e na parte da saia.
E nisto, eu percebi que estava errado, não estava em espelho algum, mas ele também não estava.
Ele se abaixou e apanhou meu rosto com uma de suas mãos delicadas, meus olhos já não sabiam para onde olhar, mas o estranho a minha frente me obrigava a olha-lo, quando ele interrompeu o silencio e falou:
_ Você tem medo de si mesmo? – o outro eu perguntou com um sorriso de canto no rosto.
_ Não, não tenho medo de você – respondi, admito que estava com um pouco de medo.
Ele me olhou indeciso, e novamente sorrio, respondendo:
_ Então lhe ajudarei – ele apanhou meus pulsos os virando para cima com rapidez, e os lambeu com a ponta da língua. Assustou-me de principio, mas o pior ainda estava por vir. Sua saliva foi ficando vermelha, até se transformar em sangue. Isso marcou meus pulsos, em cada um havia uma cruz rodeada por uma corrente, e com um cadeado a fechando no centro.
_ O que é isso?! – Gritei desesperado, esfregando minha mão por cima, tentando retirar a “tatuagem” deixada.
_ Isso é apenas a última parte do pacto. Não precisa ficar preocupado, nós nos veremos novamente. Amanha antes das sete da noite.
Ele se sentou a minha frente, e observou um dos espelhos, serio.
_ O que é você? O que você fez comigo?! – perguntei aos gritos, esfregando ainda meus pulsos.
Ele olhou para mim novamente, com um ar de quem estava cansado de minhas perguntas, um olhar triste, sozinho. E respondeu:
_ Eu sou você, na medida do possível – olhou para frente brutamente - Eu sou um Servo, seu Servo.
_ Um... Servo?
_ Sim, um Servo, uma criatura criada por um anjo, a partir de um minúsculo pedaço de alma humana, através de algo “intimo”, como um beijo. Fui criado para concretizar um pedido, no seu caso, ajuda-lo a cumprir o pacto. Depois disso vou... Desaparecer.
_ Mas, se você sou eu...Meus olhos não são...- o Servo interrompeu minha fala.
_ Vermelhos? É porque sou uma parte anjo também. O anjo utiliza uma de suas penas, geralmente, ou um pouco de seu sangue, quando nos criam.
_ E como você sabe de tudo isso se...- o Servo interrompe novamente...
_ Se eu acabei de nascer? Porque não é apenas uma alma e uma parte de um anjo que faz um Servo, é necessário bem mais para conseguir criar-lo. Uma parte de um anjo, um pedaço de alma viva humana, algo intimo entre o anjo e o humano vivo, e um pedaço de alma morta humana que não tem mais direito a reviver. – o Servo falava com ignorância.
_ Então você vai matar... ?
_ Sim, nós vamos. Este foi o pacto não é? Então entre as sete horas da noite, e as sete da manhã, eu serei você. E após uma semana, tudo acabará. Recomendo que durma antes das 6.00 PM, pois assim o processo é menos dolorido.
Devo dizer que me senti um pouco aliviado quando ele disse que eu não precisava matar ninguém, mas isso ainda me deixava muitas duvidas, mas não foram respondidas, pois eu acordei.

terça-feira, 23 de março de 2010

Vermelho Escarlate- Capitulo 4- O Pacto

Capitulo 4- O Pacto






Escurecendo, as folhas dançavam conforme o vento soprava e sussurrava nos ouvidos, passava dentre os fios de cabelo de Antônio, sua ultima lagrima caiu.
Suas mãos sujaram seu piano.
Uma pausa dramática aconteceu, enquanto Antônio olhava suas mãos sujas.
A porta se abriu brutamente, o vento invadiu a casa, trazendo com sigo folhas secas que estavam espalhadas pelo jardim mal cuidado.
Antônio bate cruelmente nas teclas de seu piano com as mãos fechadas, fazendo um som desafinado ecoar pela casa.
O vento cantava lá fora, e Antônio estava sozinho... Sozinho.
Sozinho, Sozinho, Sozinho, Sozinho, Sozinho, Sozinho...
Abraçou a si mesmo, mas mesmo que tentasse, suas lagrimas não corriam por seu rosto.
Olhou o seu reflexo pelo vidro da janela, e teve nojo de si mesmo.
“Inútil, imprestável, sua culpa, sua culpa!” Repetia para si mesmo em sua mente, tentando se culpar o menos possível “você poderia ter feito algo, não passa de um assassino!”.
_Desculpe Lucy, Desculpe... – sussurrava, abraçando-se.
E novamente se relembrou da cena, doía pensar nisso, ver a cena de sua irmã morta.
O vento soprava forte e bruto, mas por um instante, ele parou.
Por um instante não ouviu nada, o que alimentou sua solidão.
Não havia vento, não havia chuva, não havia trovoes, não havia piano, não havia acordes, não havia respiração, não havia nada.
Até que por um segundo, juraria ouvir uma criança chorando, mas ele já não existia, como poderia existir outra pessoa lá?
Mas esse segundo se converteu em minuto.
Notou que não estava mais sozinho, havia sim alguém ali, uma criança ou um bebe chorando. Quase não se importava com isso.
Antonio levanta-se com brutalidade, e segue até a porta de entrada, dando uns passos a mais, até a escada.
Tinha medo de olhar para o lado, e ver o que ali estava. Seu coração começou a pulsar mais forte, Antonio suava e tremia, estava com a pele opaca. Com medo do que viria olhou para seu lado esquerdo, no mesmo local onde Lucy havia sido enterrada, e lá viu.
Paralisou-se. Estremeceu-se, e por fim, viu Lucy, ali ajoelhada de costas, com suas delicadas mãos no rosto, seu cabelo com aparência molhada e suas lagrimas molhando o chão.
Antônio por impulso foi ate Lucy, correndo. Ao chegar perto, parou, e a abraçou lentamente.
Não a sentiu.
_Lucy...? – perguntou para a garota à sua frente, mesmo sabendo que ela não responderia, ela não podia, Lucy não falava, era uma criança sem voz.
Antonio não quis se afastar, pois mesmo sendo um “fantasma” era Lucy ali.
_ An...Tônio...- Sussurrou Lucy, com dificuldade.
_Lucy? Lucy! Você não... -Neste momento Antonio salta para trás, seu medo volta à tona novamente, sua mão o apóia por trás, recuando cada vez mais.- Você não fala...
A garota, que agora parecia ter saído de um filme de terror para Antonio, ia cada vez mais para frente, quando mais Antonio recuava. Ela fitou os olhos verdes rubi de Antonio, seus cabelos molhados pingavam, e lagrimas de seu rosto caiam de seus olhos esbugalhados e amedrontados.
_ Não... Não... Dizer... – Lucy falou com dificuldade, mas rápido.
Antonio não entendia o que ela estava querendo falar, não queria entender, queria fugir, com medo. Lucy era muda, não podia falar... Mas também estava morta, e não podia estar ali. E tudo o que ele queria era não ter procurado o motivo do choro, mesmo dando de tudo para ver sua irmãzinha outra vez em vida.
Desistiu quando notou que quanto mais recuava mais Lucy seguia para frente dizendo repetidamente “não... não dizer”.
_ O que não dizer Lucy? – Antonio amedrontado, recupera sua coragem e com ar no peito pergunta.
_ Sim. – Lucy respondeu.
Antonio não entendeu a resposta, ainda estava pálido, e tremendo por ter visto o espírito de sua pequena irmã, e então percebeu, o quando ela estava sofrendo, talvez por ter morrido.
Ela então recuou, seus cabelos molhados caiam em frente de sua face de mármore. Esticou seus braços para frente, tentando alcançar Antonio, mas não conseguia, Antonio então esticou seu braço para alcance-la, mas quando suas mãos se encostaram o vento soprou, e Lucy nele se diluiu.
Antonio realmente nesta vez sentiu as mãos dela, sua mão estava fria e dura.
Abraçou a si mesmo, culpando-se novamente pela morte da irmã, se espremeu como um feto em si mesmo, e gritou com toda sua forca:
_ Lucy! – Antonio pensava em explicações para aquilo, tentava não se culpar, mas era impossível, ele sabia de quem era a culpa, era do assassino, daquele que não conseguiu salvar sua mãe, daquele que sabia quem era o assassino, mas mesmo assim, nunca contou, a culpa era dele mesmo, de Antonio.
_É um sonho, é um sonho-repetia consigo mesmo, enquanto o vento batia forte em seu corpo.
A arvore ao lado de Antonio mexia-se conforme o vento soprava, e em baixo dela, o vento batia no cabelo de outra pessoa.
_Tse,tse,tse- uma outra pessoa falou essa onomatopéia enquanto fazia não com o dedo indicador.- Isso não é um sonho, Antonio.
Antonio olhou para o lado, cada vez mais assustado, com a mão cobrindo o rosto deixando apenas seus olhos transparecerem entre os fios sujos de cabelo loiro.
Antonio imaginava que estava louco, que isso que ele merecia, que havia só mais um passo par ir para o inferno. Morrer. Talvez fosse isso que aquele anjo que estava na sua frente agora viesse fazer isso, leva-lo para lonlonge, para o inferno, a tal besteira que Marta também imaginou, mas pensando ir para o céu no seu suicídio.
O cabelo vermelho do anjo batia e ele sorria.
_ Você deve imaginar que está louco, não é Antôninho? Hihihi – rio o anjo, com a mão na frente da boca.
Neste momento, levantou-se e se locomoveu para perto de Antonio, que estava espremido no chão com o rosto coberto por suas mãos sujas, e sentou-se na frente do garoto loiro e sujo de barro.
_ Está com medo, Antôninho? Hihihi-riu novamente o anjo, suas vestes negras com diversos cintos eram com um pouco de dificuldade carregadas pelo vento.- e se... Você fizesse um acordo comigo?- o anjo agora olhava o rosto abaixado de Antonio.
Antonio voltou a realidade por um instante, e perguntou: 
_ Q...Que tipo de acordo?- suas mãos tremiam, e Antonio novamente suava frio.- Um pacto? – falou recuando.
_ É... Acho que podemos chamar isso de pacto, Antôninho... Ou talvez de troca. Hihihi.
Antonio fitou os olhos verdes do anjo por um segundo rápido, em seguida desviou o olhar para o canto direito de baixo.
_ N...Não posso... – falou após retirar as mãos do rosto.
Os olhos do anjo foram mudando de verde rubi para castanho avermelhado e em seguida para vermelho escarlate.
_ Não? Não?Hahaha-o anjo riu com um sorriso de loucura estampado no rosto andrógeno.- Não, não, não... Antôninho não vai salvar Lucy, Antôninho vai deixar Lucy sozinha com sua avó, no quarto... Morrendo...Hihihi.
Antonio relembrou-se da cena, do passado, e tudo isso confundia sua cabeça, as lagrimas eram impedidas de cair por orgulho, o mesmo motivo que o fez levantar seu rosto, e perguntar:
_Qual é o acordo? – tentou levantar-se, mas o Maximo que conseguiu levantar foi sua cabeça. Seu corpo mal mexia de medo, gaguejava ao falar.
_ Em fim, estamos nos entendendo, Antôninho...- o anjo, então desaparece por um segundo e reaparece em pé na frente de Antonio, observando Antonio de cima. – Quanto você acha que vale uma vida, Antôninho?Duas... Três... Sete? Hihihi...
Antonio levanta seu rosto, agora olhando os olhos verdes novamente do anjo, seu cabelo loiro caia sobre seu rosto sujo, carregado ainda pelo vento.
O anjo abaixa sua coluna, e um pouco seu joelho, chegando cada vez mais perto do rosto de Antonio. Com sua mão direita apanhou levemente a parte esquerda do rosto “morto” de Antonio.
_ Você daria a vida de sete mulheres para salvar apenas uma, a que você mais ama? – falou fitando os olhos de Antonio, com uma expressão simpática, falsa.
_ Lucy? – perguntou Antonio, inocente.
_ Sim, Lucy... Basta me dar as vidas de sete pessoas...
_ Matar?
_ Sim, matar. Hihihi – sorrio com a mão em frente à boca.- Para ter Lucy de novo... Para sempre. 
_Eu não posso... – olhou para baixo novamente, abaixando sua cabeça.
_ Eu posso te ajudar, não se preocupe com isso... Eu só vou precisar de seu corpo Antôninho. Você não faz nada...Quase nada.
_ Como? O que pretende fazer?
_ Você saberá se dizer sim... Hihihi.- sorrio com a mão em frente à boca, e começou a cantarolar – Lucy... Lucy... Lucy está com medo, do quarto escuro, de sua avó... Lucy, Lucy... 
Antonio tampou os ouvidos tentando não ouvir a canção, seus olhos se fecharam, e a mão gelada do anjo que ainda tocava o seu rosto pálido o levantou, fazendo-o abrir os olhos novamente.
_Salve Lucy, diga sim...
_Sim...!
_ O acordo será: Durante sete dias e sete noites, você matara sete mulheres, uma mulher por noite, o seu tempo limite por dia é, matar entre as 7 da noite às 7 da manha, está claro, Antôninho?
Antes que Antonio descordasse ou comentasse alguma coisa, o anjo se impulsionou para frente, e graciosamente lhe beijou. Antonio nada fez para impedir, para ele, aquilo era um delírio de sua mente confusa, nada estava acontecendo, mesmo parecendo real.
Ao terminar o beijo o anjo cochichou no ouvido de Antonio:
_ E assim selamos nosso pacto... – e desapareceu..
O anjo se diluiu pelo ar, de si, sobrou apenas uma pena vermelha, que caiu de sua asa e flutuou até encostar-se ao chão.
Antonio observou-a cair, e após isso, a apanhou com uma de suas mãos e a levantou, e ao entrar na sua casa, a colocou em cima das teclas de seu piano.
E foi tentou dormir.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vermelho Escarlate Capitulo 3 - Os Cadáveres

Capitulo 3- Os Cadáveres




Ao abrir a porta do quarto, o medo invade o rosto de Antonio. Viu a cena de alguns anos atrás novamente, e então, lagrimas molharam seu rosto.


“Lucy...” pensava Antonio, vendo a cena de longe.


Ele era tão cruel, merecia aquilo, mas, Lucy não, ela não merecia, ela era só uma criança... Uma bela criança, sem passado, sem futuro, que dês dos três anos de idade, nunca brincou com ninguém. Antes, ela tinha um amigo, um irmão, agora, ela mal tinha sua vida.


Talvez fosse a vez de Antonio, fechar seus olhos e sua vida. Porem, não foi isso que ele fez.


Agarrou o cadáver de sua irmã que tinha marcas pelo pescoço de mãos que não mereciam tocá-la.


Abraçou-a por todos os anos de sua vida que não a tinha visto. Estava tão bela, era um pequeno botão de rosa. Seu rosto agora molhado de lagrimas, mesmo com medo, era perfeito, seus dentes, sua bochecha rosada, seus olhos verde rubi, como os do irmão.


Antonio a abrasava, e ao longo do silencio que fazia, apenas pensando nas palavras certas para pensar, mas nada vinha a sua cabeça, queria simplesmente desaparecer, ou voltar ao passado e não fazer o que fez, queria poder salva-la, salva-las.


Um grito invadiu o cômodo da casa.


Mas pensou, se Lucy está ali morta, onde está a velha esnobe? Viu o criado mudo caído e a janela aberta, logo imaginou. Aquela senhora que o prendeu, em um lugar, tão sozinho... Agora estava morta.


“O que fazer?” Repetia consigo mesmo.


Ate que... De uma coisa se lembrou, do enterro de sua mãe. Enterros era uma boa maneira de se esconder algumas marcas do passado. Antonio poderia enterrar uma parte do seu passado, quem sabe assim, seus fantasmas morrerão.


Apanhou sua irmã, cuidadosamente, e a levou até a porta da frente da casa. Arrumou-a na mesma posição que sua mãe havia sido enterrada, notou que havia ficado mais difícil de meche-la, então a deixou naquela posição.


Desceu as escadas da entrada de sua casa, caçando um lugar belo para enterrar sua irmã. Achou.


Bem ao lado da entrada de sua casa, havia um canteiro não tratado de flores, pelo visto, ninguém havia as regado durante um bom tempo, mas talvez se começasse a regar agora, haveria um belo canteiro no futuro.


Retirou todas as flores com muito cuidado, cavou um buraco, o mais profundo que conseguiu.


Gotas de suor escorriam pelo seu rosto perfeito, andrógeno, alguns fios de cabelo na frente de seus olhos verdes rubi, como o da mãe e da irmã. Sua roupa vitoriana, agora suja, com alguns rasgos causados pela pá, que usou para cavar o buraco.


Cobriu Lucy com um lençol cor-de-rosa com algumas flores estampadas, o lençol que sua mãe havia costurado à seis anos atrás, especialmente para Lucy.


Seu corpo já não se mexia, estava tão pálida, tão fria, parecia que iria acordar a qualquer momento. Mas não acordou.


Agora Lucy estava coberta por terra e flores roxas.


Antônio jogou Marta em um lugar lamacento, perto do Lago Montres.


O sol estava dormindo, e acordando em outro lugar.


Antônio estava sujo, suas vestes rasgadas e imundas, mas ele não queria se lavar, não queria pensar. Jogou a pá para o lado, ela bateu em uma arvore, que se estremeceu.


Antônio entrou em sua casa, e foi diretamente para o piano, onde tocou a mais triste e raivosa melodia, até errar novamente um dos acordes, e gritar.

terça-feira, 2 de março de 2010

Vermelho Escarlate Capitulo 2- Doenças e Traumas

Capitulo 2 - Doenças e Traumas





Marta, em meio de suas doenças e manias, lembra-se somente de suas tristezas e rapidamente escreve uma carta simples, uma despedida, com motivo e razões sobre o passado, e sobre o que vira no futuro. Com pena de si mesma, e de sua pequena e preciosa neta, decidiu acabar com este jogo.

Pediu a deus que a levasse em paz ao céu, mas o mesmo, não lhe mandou nenhum sinal de que faria.

Marta então abriu sua gaveta, vasculhando-a, apanhou uma chave e a colocou em seu bolso.

Rogou novamente a Deus, que nada fez. Jogou sua pequena carta em cima da mesa, onde havia seus rascunhos amassados, seu diário com algumas folhas rasgadas.

_ Deus, mostra me um sinal! Um sinal para não precisar fazer o que pretendo! – rogava Marta desesperada.

Um anjo a observa, de costas, ela mal percebe sua presença, e continua orando, rogando, até perceber a presença do sinal.

O anjo, fitou diretamente os olhos de Marta, cansados de chorar.

Ele estava sentado na janela aberta, que por onde agora, ventava forte, espalhando os papeis pelo quarto, fazendo com que o sol brilhasse atrás de si mesmo, Marta olhava-o como se fosse deus.

_ Para quem oras? – a voz do anjo iluminou o quarto. O cabelo e os olhos vermelhos do mesmo estavam direcionados para a senhora.

Marta correu ate seus pés, encheu de beijos e encharcou de lagrimas.

_Por favor, leve-me para junto de minha filha, meu marido!- Mal podia se acreditar que Marta Belluzzi, faria o que estava fazendo agora, rogando para o tal anjo. Ninguém nunca imaginaria algo assim de Marta, uma velha esnobe, orgulhosa, exibida, mas que mesmo assim rogava para ele, mesmo antes, nunca tendo acreditado na existência de Deus.

O anjo observava a reação da senhora, com nojo e ignorância nos seus olhos, respondeu:

_Para que levaria “algo” tão... Asqueroso e nojento comigo? Arranje seus próprios modos de ir para o céu! Oras, não tens um pingo de inteligência, para notar que nem deus, nem ninguém iria querer uma presença tão inferior por perto?

A mulher imediatamente parou de beijar os pés do anjo e o fitou com medo, se afastou para trás, ainda mirando seus olhos vermelho escarlate.

_ O que olhas? – As suas asas se abriram e com um impulso saio pela janela, algumas penas caíram, e se desfaziam ao se separar das assas, diluiam no ar.

Ao ver que o anjo, aquele que minutos atrás trazia esperança a Marta, que em fim mataria os fantasmas de seu passado, agora havia desaparecido entre suas penas, a loucura ficou mais presente em seus olhos.

“Deus me despreza desta maneira?”.

Levantou-se em silencio e foi ate a janela, observou as árvores, as montanhas de um lado, de o outro a cidade, e embaixo o lago...

O lago onde havia aquele fato acontecido.

_ Já que Deus me despreza, já que quase nada tenho...- falou em tom enlouquecido e começou a rir.-Lucy, Lucy, Lucy... – repetia cantarolando. -Lucy, Lucy, Pequena Lucy... Pequena Rose...- Cantarolava enquanto saia de seu quarto, indo em direção ao de Lucy.

O piano tocava no fundo acordes fortes e bravos, Marta sorria.

Seus passos eram arrastados, o corredor era comprido e escuro, a única janela ali, na direção contraria de Marta, sempre permanecia fechada, pois era a janela em que Rose sentava para observar o Lago Montres e pentear seu cabelo, todo dia de manha. Passou pelo corredor, ate chegar ao quarto de Lucy.

Sem bater na porta, entrou.

_Lucy, Lucy, Pequena Lucy... – cantarolava, abrindo a porta.

Entrou no quarto, e observou Lucy dormindo em meio de seus fios de cabelos loiros, exatamente, como Rose dormia quando criança. As semelhanças entre as duas eram inacreditáveis, ao menos pelo fato de serem mãe e filha.

Fechou a porta.

Os olhos enlouquecidos de Marta fitavam sua neta de longe, e aos poucos, de perto.

Suas mãos a envolviam sem a encostar, um sorriso enlouquecido enrubesceu o rosto idoso de Marta.

O piano ainda tocava no fundo. Os acordes iam ficando mais leves, e tristes.

Lucy acordou.

Abriu os olhos lentamente, deixando o verde rubi aparecer deles. Ao ver o rosto da avó, enlouquecido, seus olhos fitando-a, foi para trás, tentando recuar, fugir.

Marta a perseguia, sem encostá-la.

A garota ia cada vez mais para trás, suas mãos perderam o apoio e Lucy caio da cama de casal, e recuou ate encostar na parede, espantada, se protegia com as mãos para frente de seu rosto, encolhida e amassada na parede.

Marta se aproximava, ainda cantarolando, mais e mais perto de Lucy, que tentava gritar, mas como sempre, nenhum som saia de sua pequena boca.

A pequena sabia que mal podia falar, como ela chamaria por socorro? Por seu irmão... Antonio. Se pudesse falar neste momento a única coisa que queria era Antonio, o único que poderia a salvar das mãos daquela doida que a tratava como se fosse uma boneca e ela, Lucy, não podia fazer nada. Não podia gritar, não podia respirar.

Agora aquela senhora esnobe a segurava pelo pescoço, tentou resistir mas era fraca, era apenas uma criança... Logo parou de respirar.

Então era a vez de Marta, seus olhos loucos imaginavam um jeito de tirar a própria vida, era idosa e fraca logo, qualquer coisa que fizesse poderia correr risco de vida. Optou por pular da janela do quarto de Lucy, derrubando um pequeno criado mudo sem intenção, o que chamou a atenção de Antônio.