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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vermelho Escarlate - Capitulo 16 - O Gosto da Primeira Morte

Capitulo 16



Obvio que nem Eliot, nem Antonio, notaram a presença da garota entre os arbustos, ela já estava desmaiada a cerca de 4 horas quando “eles” passaram por ali.



Cordelia acorda entre galhos, folhas roxas a cercavam, se sentia vazia, e com medo da morte de sua mãe, e do “reflexo do demônio” que havia visto na noite passada.

Como estava vazia, não sabia o que pensar. Seu estomago doía de fome, sua boca estava seca de sede. Água era o que ela precisava naquele momento. Ate a água mais suja beberia, pois pior que passar fome, é ter sede.

Mas não se desesperava, pois não havia motivo algum para isso, tinha suas pernas e seus braços, mas não era motivo suficiente para ser feliz. Algo a faltava, e ela realmente queria que alguém o completasse para esquecer dos fantasmas, talvez de suas lembranças ruins e de suas ignorâncias.

Ouviu um leve barulho de água, folhas caindo, pássaros cantando, pois aquele lugar era muito silencioso, ela conseguia ouvir ate sua própria respiração. Então tentou seguir os sons de água. Foi andando para o lado direito, seguindo a trilha que era um pouco falhada.

Sentia um leve calor, decidiu tirar seu sobretudo marrom, revelando assim uma camisola branca de mangas compridas, com elásticos nas mangas e em baixo do busto, cheio de babados e laços parecia feito de um tecido fino e caro, como a seda.

A imagem da besta não a saia da cabeça, tinha medo, mas ao mesmo tempo sentia-se corajosa por não ter se deixado morrer, seria como suicídio. Era esse um dos motivos por ter levantado. Talvez estivesse amadurecendo, mas pensando bem, era tudo uma ilusão.

Talvez porque estava com fome, ou sono, ou ate mesmo sede, era loucura. Mas pensando bem, também não se importava com loucura. A loucura faz das pessoas sonhadores, e sonhar é algo positivo.

Quando notou, andava sem rumo, não seguia mais nenhum som, mas percebeu que estava perto de um lago. Esse lago era cortado por uma pedra enorme, que ali aparentava como uma espécie de cais alto, que dividia uma parte da lago. Tinha cerca de 1 metro e 40 de altura.

Ao olhar a água do belo lago azul, correu ate ela, e apanhou a água com sua mão, e a bebeu. A água daquele lago era estranha, o gosto dela era diferente. Você deve estar pensando que água não tem gosto, mas aquela água, mesmo não tendo paladar, aposto que o sentiria, pois era um gosto denso, semelhante a morte.

Cordelia a bebeu, e logo depois, atirou-se com roupa e tudo dentro dela, seu desejo por qualquer liquido era forte.



Antonio acordou com o corpo dolorido, e ao se levantar, por alguns segundos tudo se escureceu e uma forte dor de cabeça veio em meio a tontura. Apoiou-se no sofá, e empurrou-se para cima, fazendo assim, seu corpo ficar ereto.

Olhou para sua mão, e viu, estava coberta de sangue seco, sua roupa, seu rosto, seus sapatos, estavam banhados de vermelho.

Esfregou seus olhos, tentando imaginar como sempre, uma saída para todo esse desastre. Sabia agora que havia matado alguma pessoa, não lembrava direito quem era, mas de alguma maneira, sentia como se algo o faltasse, como se ao matar uma pessoa, uma parte de sua alma fosse retirada, morta.

Sentiu nojo de si mesmo, de sua roupa, e do vermelho sangue, mal tinha palavras para gritar naquele momento. Não acreditava que foi capaz de fazer isso, matar uma pessoa, mas o fez.

Agora era um assassino, um desprazível, um lixo, um qualquer, pior que qualquer outro, sua alma estava suja e incompleta.

Sem falar nenhuma palavra, desceu os degraus que ligavam sua casa a trilha que levava a o lago Montres. Tirando sua roupa peça por peça ate ficar apenas de roupa intima, chegando ao destino, se jogou dentro das águas, em busca de tentar se purificar. Seu gosto de morte se espalhou pelas águas.

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