Capitulo 17
Cordelia sentiu seus cabelos castanhos ondulados levados pela água densa quando mergulhou. Abriu os olhos, via alguns fleches de luz cortando a água limpa, abaixo tinha algumas pedras de superfície arredondada, ate alguns peixes pequenos. Mas uma coisa a assustou, por de trás de seus ombros, avistou em baixo da água uma sombra reluzente de uma pessoa. Com o susto um pouco de água entrou em seu nariz, o que a fez tentar se apoiar em cima das pedras, mas como suas superfície era redonda acabou por escorregar e não conseguiu manter o equilíbrio. Mas o seu desespero foi interrompido, pela mesma pessoa que ela avia visto alguns segundos atrás.
Antonio ouviu um barulho estranho, e olhou para trás, avistando a garota se afogando, logo a puxou para cima, e a colocou em solo firme, mal sabia o que fazer, quase não se recordava de nada que aprendeu sobre primeiros socorros no hospital onde passou sua vida inteira. Olhou para a garota, tirou seus cabelos de sua face, e a fez iniciou o processo de respiração boca a boca.
Cordelia ainda estava um pouco cociente do que havia acontecido, mas estava prestes a desmaiar, mas antes que o fizesse, Antonio a recuperou.
_ Esta tudo bem? – pergunta o garoto enquanto segura o rosto de Cordelia entre suas mãos molhadas.
Ela olha pra um lado e para o outro, recordando-se do que havia acontecido, e se depara com a imagem de um garoto loiro, de olhos hipnotizantes, seus olhos se arregalaram e ela levantou rápido, batendo a cabeça na de Antonio, olhou para as mãos do garoto que a salvou e notou que em seus pulsos, havia uma estranha tatuagem em cada um havia uma cruz rodeada por uma corrente, e com um cadeado a fechando no centro.
_ Aiai!! – gritou a garota acariciando a própria testa com as duas mãos.
_ É doeu... – Antonio rio distraindo-se por um segundo e esquecendo de tudo o que havia acontecido. – mas você esta bem? Machucou? – não sabia o motivo, mas havia se encantado com a garota.
_ Estou bem... –respondeu a garota, mas logo cortou gritando – AAA! Não me encoste! Não lhe conheço, minha mãe sempre disse para não conversar com quem eu não conheço!
O garoto ri, e responde com um sorriso de canto:
_ e ela não lhe ensinou que não deve se invadir a casa dos outros?
Cordelia então nota que o garoto desconhecido na sua frente, estava apenas de roupa intima, vira-se gritando e tampando seus olhos.
_ Vista-se! Não se deve andar assim! Nem em casa!
_ Não fale muito... –sorriu. E tampou seus olhos levemente.
A garota grita ao notar que estava com roupa de dormir branca, que ao entrar em contato com a água ficou transparente, mas nada de tão vulgar, ela se esconde entre os próprios braços.
_ Não, não olhe! Pervertido...! – a garota começa a adquirir um tom avermelhado em sua face azeitonada.
_ Estou tampando os meus olhos, não vê? Bom, quando eu não for mais desconhecido, poderei lhe ajudar emprestando-lhe algumas roupas.
_ Não! Pervertido!
_ Tem certeza? – rio ainda tampando os olhos.
_ Absoluta certeza!
_ Ok então, vou indo. A saída é por ali. –apontou para seu lado esquerdo, virou-se de costas e foi andando.
A garota esperou alguns passos, olhou para os lados, envergonhada, e começou a segui-lo. Ele reparou, riu e voltou-se para o lado e falou:
_ Pensei que não falava com desconhecidos... – e logo avistou uma coisa que relembrou o motivo de tudo. Que o fez voltar a realidade, suas roupas sujas de sangue. Ficou pasmo, mas tentou disfarçar.
_ Eu não falo. – a garota respondeu e uma longa pausa aconteceu, enquanto os dois subiam as escadas ate a casa.
Antonio pensava em uma solução para tudo aquilo, sabia que se Eliot a visse, mataria-a, se é que ele já não a havia visto. Ele ainda não sabia ainda como funcionava o pacto, tinha muitas duvidas ainda não esclarecidas.
Não importava agora, ele tinha de tirá-la rápido dali, protegê-la, por algum motivo. Suas mãos começaram a tremer, e a garota notou a diferença.
_ Er... ta tudo bem? – perguntou a garota.
_ Não deve se preocupar com desconhecidos, eles são só desconhecidos. – respondeu tremendo e tentando evitar olhares.
_ Como se conhece uma pessoa? – pergunta a garota ainda o seguindo mais devagar agora.
_ Como se conhece uma pessoa? Sabendo o nome talvez...- a pergunta o atingiu, sabia que as únicas pessoas que conhecia era da família, e do hospício do qual ficou toda sua vida, ele não se lembrava de como era conhecer uma pessoa.
_ Qual seu nome? – perguntou a garota tímida.
_ Meu nome? Er... Antonio. – ele responde, ainda pensando em que fazer com a garota.
_ Não vai perguntar meu nome? Isso é falta de respeito com uma dama. É Cordélia.
E novamente o silencio se prolongou ate que chegaram em frente a casa de Antonio, uma casa branca com dois pilares em frente, alguns degraus, uma janela enorme com uma cortina manchada de amarelo, muitas arvores mal cuidadas, totalmente empoeirada.
Antonio abriu a porta, e a deixou aberta, caso a garota precise correr. Ele não sabia o resultado daquilo que estava fazendo, só queria sua irmã perto, porem, para tê-la era necessário alguém morrer, e ele não queria isso.
Levou-a ate o seu quarto, deu-lhe as menores trocas de roupa, e colocou o pijama da garota para secar. Ainda pensando na possibilidade de Eliot a matar.
Agora ela estava sentada no sofá da sala, esperando Antonio que havia descido para “resolver algumas coisas” e logo voltaria. Ele deu um jeito em sua roupa velha, a jogando perto do cadáver de marta.
E quando voltou, a garota estava deitada no sofá, dormindo.
Antonio então sobe ate seu quarto, abre a porta e se tranca lá dentro.
_ Eliot! Responda! – grita para si mesmo, tremendo e pálido.
Por alguns minutos não teve resposta alguma, quando uma sensação que já havia conhecido, o tomou de novo. Antonio caiu no chão no mesmo instante, desligou-se do mundo, dormiu.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Vermelho Escarlate - Capitulo 17 - O Encontro
Postado por Marry Gabriele às 17:27
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário